sexta-feira, 13 de julho de 2012

Aprender alemão pela internet... fácil?

Peço desculpas pelo longo período de pausa e retorno com um simples e singelo post, apenas para proclamar, que "Aprender alemão pela internet pode ser mais fácil do que se imagina."

Aqui um link para o DAAD (Deutscher Akademischer Austausch Dienst) com um texto em alemão e links para alguns desses "cursos de alemão online".


Boa leitura!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Edelweisspiraten

Ontem assisti ao filme Edelweisspiraten e gostaria de falar um pouco sobre esse filme e, aproveitando o ensejo, explicar sobre palavras compostas.

Então, se você tem vontade de saber mais sobre palavras compostas, leia mais tarde aqui o texto.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Professor de alemão é geralmente estrangeiro



Não tenho nenhum problema em dizer que muitos de meus professores de alemão foram estrangeiros. Apesar de a língua ser uma espécie de pátria ou a pátria propriamente dita, como opinava meu pai, precisei ser estrangeiro para aprendê-la e experimentar diversas incubações, primeiro como filho de alemão no Brasil e depois, como brasileiro na Alemanha, sentimento que me toma não raras vezes.

Primeiramente, meu pai nasceu numa região que hoje não faz mais parte da Alemanha. Quando criança, reza a lenda, falava polonês com seus amigos de rua. No trato da língua alemã praticamente não se fazia notável dialeto, apesar de certamente haver algo que não era o alemão oficial e que se perdeu depois da guerra, sendo elementos provenientes daquela região mal vistos na Alemanha Ocidental do pós-guerra. O que acabou sendo uma dádiva, pois em algumas regiões da Alemanha, Áustria ou Suíça é bem possível que você tenha, depois de achar que aprendeu alemão carregado de dialeto, passar por novos cursos, para retirar os vícios obtidos. E isso é bem mais difícil do que aprender dialeto depois de haver conseguido aprender alemão a um nível médio.

Posteriormente, tive um episódio engraçado em minha primeira aula de alemão aqui na Alemanha. Aconteceu na cidade de Offenbach, a cidade com o índice mais elevado de estrangeiros naquela época (creio esse recorde não haver sido tomado por outra cidade). Assim se deu: fomos, eu e minha irmã, para nossa primeira aula, ainda sem saber quem seria o professor. Depois de dez minutos conversando de forma descontraída, ao redor de uma mesa, ficamos nós dois com as cabe e os dorsos voltados para um outro aluno, que tinha uma ótima dicção e que, apesar de também ser brasileiro, falava realmente muito bem a língua alemã. Qual não foi a nossa surpresa, quando um senhor quarentão de cabelos crespos e aparência nada alemã começou a passar matéria! Depois ficamos sabendo, esse nosso primeiro professor na Alemanha era turco e veio para a Alemanha em sua adolescência.

Ainda mais tarde, o meu professor predileto no curso de alemão da universidade de Frankfurt, esse era alemão mesmo. Mas havia um porém: não conseguia falar com descendentes de judeus e morria de medo de falar sobre o holocausto com um descendente de uma vítima. Não tenho nenhuma vítima de holocausto na família, mas a simples possibilidade já o deixou, talvez, suado.

Outra professora, também da mesma instituição, achava as mulheres alemãs feias. Para a surpresa de muitos, pois muitas das supermodelos mais bem pagas e fetiche de muitas garotas estrangeiras eram exatamente alemãs. Afinal, que falta de auto-estima era aquela, em se dizendo que todas as mulheres alemãs eram feias? Definitivamente, o consciente estético dela, certamente era anti-alemão...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O alemão é mais difícil que o português


Ouvi de um aluno e li essa frase agora há pouco no facebook e, por isso, gostaria de discutir aqui no blogue.

Em grande parte da ortografia e gramática, a língua alemã é mais complexa que o português.

O que dizer a este respeito. O alemão é grande, mas é só uma língua.

A verdade é mais complexa, entenda. O problema do nosso Brasil é que não se aprende outras línguas e não se conhece de perto outras culturas. O aprendizado do Inglês e do Espanhol nas escolas é superficial demais. O preço de boas escolas de línguas é alto. Em outras palavras, o nosso português acaba sendo a única língua do nosso país, sendo que ainda assim exista uma certa vulnerabilidade na cultura: português de boa qualidade é pouco falado.

O Brasil é uma grande ilha onde se fala somente uma língua. Como nos EEUU, fala-se muito a sua própria língua e, muitas vezes, apenas na versão regional. No sul, onde ainda existe gente que fala alemão, japonês ou italiano, nota-se uma forma brasileira de ¨pensar¨ essas línguas nos falantes. Nas colônias, vilarejos onde os imigrantes se assentaram, não creio que se fala alemão de boa qualidade, pois para isso seria necessário bons professores. Quando os pais passam adiante a sua língua, estão passando uma língua já passada, não atualizada e com os seus próprios interesses.

Portanto, no Brasil existe uma distância das outras culturas, o que faz com que o brasileiro tenha pouca propensão para a interculturalidade. O que é a interculturalidade. É a capacidade de se caminhar entre culturas diversas.

Ora, ouvir e entender são duas das primeiras condições para o aprendizado de uma língua. Para se quebrar o gelo, é preciso estar pronto a entender mensagens. Ter raízes alemãs não trará benefícios, fora talvez apenas o interesse maior pela cultura dos antepassados.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Das Wunder von Bern

Assisti esses dias o filme Das Wunder von Bern, O Milagre de Bern. O filme me cativou pelos detalhes e acabei querendo escrever um texto. 

O filme de Sönke Wortmann é uma mistura de documentário e um (leve) drama. Chamam a atenção o cenário, simulações de cenas futebolísticas e o plot envolvente. 

Matthias é o caçula de uma família que, como muitas crianças nessa época do pós-guerra, não vive com o pai. A mãe sustenta os três filhos durante e depois do fim da guerra. Esses aprendem  a viver sem um chefe de família. Quando, depois de 12 anos, o pai retorna de sua prisão de guerra na Sibéria, decide imediatamente retomar o seu papel. Mas, nada acontece com normalidade. Os papéis se confundem, uma vez que muito tempo havia passado e a guerra o influenciou demais. O repatriado tenta cativar os filhos da forma errada, eles o encaram como um estranho no próprio ninho. Enfim, o filho mais velho não aguenta a constante tensão entre ele e o pai repatriado, e decide migrar para Berlim Oriental. Resta a Matthias, o caçula, aceitar o pai e aturar suas manias.  

Matthias é o ajudante de um dos jogadores da seleção alemã. É o perdedor das peladas da rua, que parece precisar da figura de um pai auxiliador. Assim como a Alemanha na Copa, não é um favorito, pelo contrário. A Copa de 1954, nove anos depois do término da Segunda Guerra Mundial, é uma etapa importante na história da Alemanha Ocidental, é o momento em que o orgulho perdido na guerra é reavivado, a ponto de se poder dizer que com a vitória no futebol, a nação inteira sentiu-se renascer. O futebol concedeu um gosto já perdido ao povo, vindo a vitória ser vista como o Milagre de Berna (cidade na Suíça onde aconteceu a final da Copa de 1954).


Quando seu pai  nota que está fazendo muita coisa errada, decide falar com um padre, que o ajuda. O padre empresta seu carro e ,com o automóvel, o pai faz uma surpresa a Matthias: o leva para ver a final da Copa.

O filme é amável retratando os personagens e na construção alternativa, hora mostrando o garoto Matthias em Essen, hora mostrando cenas dos treinos e jogos da seleção alemã. Apesar do enfoque historialista, não se trata de um filme puramente realista, tendo eles ares de fábula patriota: Em uma cena de jogo de Copa, um jogador alemão faz um truque que eu nunca vi nenhum jogador alemão fazer. Ou a cena chave do filme, quando, no jogo final, a bola vai parar nos pés do loirinho Matthias, que, como um gandula errado, dá um passe para o seu amigo e jogador da equipe, que nessa cena, acaba fazendo o gol de vitória da Alemanha.
No geral, foi um filme muito bem feito, exatamente pela riqueya de detalhes. A história é dividida entre a crise familiar e a campanha da Copa. Eu preferiria se o filme contasse mais o lado social da família e menos a Copa. Mesmo que o plot, alternando entre um e outro, ficou muito cativante.

Lição pra você que já sabe alemão: veja o filme, aprenda um pouco da história alemã do século XX. Interessante, se você já está num nível avançado: os sotaques ou variações de alemão dos jogadores no filme...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Artigo definido

Peço desculpas pela grande demora desde meu último post.

Da última vez falamos sobre a regra da maiúscula. E hoje gostaria de falar sobre o artigo no alemão.

A língua alemã possui três gêneros, ao contrário do português, onde só existem os gêneros masculino e feminino. Então, além do masculino e do feminino, contamos com o gênero neutro.

Para quem vem de língua latina, como nós, falantes de português, é um um dos grandes empecilhos no aprendizado. Para dar alguns exemplos: no alemão o sol é feminino e a lua é masculina. Outros típicos exemplos de contradição são os talheres: A faca é neutra, a colher é masculina, mas o garfo é feminino. Assim fica fácil de se errar no dia-a-dia e está explicado porque os alemães trocam tão frequentemente os artigos no português.

A única forma de se memorizar adequadamente os artigos é usar desde o início o artigo junto da palavra. Aprender com a ajuda de listas e jogos fica mais fácil. Assim o aluno não perde a motivação.

Quanto maior o contato com a língua no dia-a-dia, mais fácil fica aprender os artigos certos.

Assim, a inserção dos casos vem depois: primeiro o caso nominativo, depois o acusativo. Por fim os casos mais difíceis: dativo e genitivo.

Abaixo você pode ver a lista com os casos e os gêneros, no caso do artigo definido. Não com o intuito de decorá-los, mas de saber que existe essa tabela e que há uma regra por trás de tudo.






































Kasus männlich weiblich sächlich Plural
Nominativ der die das die
Genitiv des der des der
Dativ dem der dem den
Akkusativ den die das die
Fonte: Wikipedia

sábado, 27 de agosto de 2011

Maiúscula no Alemão

Como vocês podem notar no título proposital deste posting, o tema de hoje é o uso das Maiúsculas no Alemão. Obviamente, na língua alemã. Aprenda como se deu.

Quem estuda alemão, sabe que existe uma série de temas difíceis, como a declinação de adjetivos e os substantivos compostos. Mas antes disso, se você for ler um texto em alemão, notará que ali existem mais palavras em maiúscula do que em outras línguas, como o português e o inglês.

Exemplo:

Ich habe geträumt, dass ich Dich gesehen habe und dass Du in der Dunkelheit einer Januarnacht einen wilden Tanz mit Indianern performt hast.

Tradução: Eu sonhei que eu te vi e que na escuridão de uma noite de janeiro dançavas uma dança selvagem com indígenas.

Enquanto vemos uma maiúscula na frase traduzida em português, na frase em alemão saltam aos olhos várias palavras com inicial com versal (capital, versal, maiúscula é o termo para os filólogos, enquanto caixa alta é o termo usado pelo tipógrafos). Por que isso, por que os alemães têm essa Tara pelas Maiúsculas?

É preciso voltar um pouco no tempo, pois no alemão o uso das capitais já tem certa tradição. Vem do barroco e de sua sagacidade em mesclar.

A caixa alta é uma herança das língua antigas, como latim e hebraico. Na época em que essas línguas existiam, não havia letras minúsculas. Essas entraram em ação com o início do novo meio de comunicação, com o uso do papel. Naquele tempo a cultura e a escrita foi monopolizada pelos mosteiros e conventos e era necessária a criação de um novo sistema de escrita, algo mais simples do que as letras maiúsculas do latim, facilitando escrever palavras sem saltar de letra em letra.

Quando alguns editores começaram a achar que certas palavras deveriam ter mais peso, lá pelos séculos XIII e XIV, começaram a usar letras maiúsculas em palavras seletas. E muitas vezes a capital aparecia não só na primeira letra, mas também na segunda letra de uma palavra. Por exemplo, GOtt (Deus). Assim se deu, sem muitas regras, mas com o intuito de usar a maiúscula em palavras de cunho clerical. Na literatura normal usava-se no geral minúsculas, deixando a capital apenas para o início do capítulo (por este motivo a maiúscula também se chama capital).

Depois disso, no século XVII, começaram a usar maiúsculas nos substantivos em geral. Assim, usa-se a maiúscula para as seguintes palavras: flor, casa, fábula, tratamento, biologia. Até uma formiga é escrita começando com uma maiúscula! rs

Com isso você agora sabe porque tanta letra maiúscula. Mas cuidado, fique a par que não foi sempre assim e que existem literatas e ocasiões como o chat e sms em que a minúscula prevalece.